Friday, October 26, 2007

Produzindo uma escola de sábios


Produzindo uma escola de sábios


Cristo teve um nascimento indigno, e os animais foram suas primeiras visitas. Provavelmente, até as crianças mais pobres tem um nascimento mais digno do que o dele. Quando tinha dois anos, deveria estar brincando, mas já enfrentava grandes problemas. Era ameaçado de morte por Herodes. Poucas vezes uma criança frágil e inocente foi tão perseguida como ele. Fugiu com seus pais para o Egito, fez longas jornadas desconfortáveis, a pé ou no lombo de animais. Tinha uma inteligência incomum para um adolescente, sendo admirado aos 12 anos por doutores do templo. Todavia, tornou-se um carpinteiro, tendo de labutar para sobreviver.

Quando manifestou seus pensamentos ao mundo, causou grande turbulência. Foi amado por muitos, mas na mesma proporção foi perseguido, rejeitado e odiado por aqueles que detinham o poder político e religioso em sua época. Foi incompreendido, rejeitado, esbofeteado, cuspido e ferido física e psicologicamente. Cristo tinha todos os motivos para ser tenso, irritado, angustiado, revoltado. Em vez disso, expressava tranqüilidade, capacidade de amar, de tolerar, de superar seus focos de tensão e, como disse, até de fazer poesia da sua miséria.

Apesar de passar por tantas dificuldades ao longo de sua vida, era uma pessoa alegre, Talvez não exibisse largos e fartos sorrisos, mas era alegre no seu interior, provavelmente mais do que possamos imaginar. Pouco antes do seu martírio, manifestou o desejo de que os discípulos provassem da alegria que ele desfrutava, da alegria completa (João 14:28; 16:20-22). Há pessoas que tem bons motivos para serem felizes, mas estão sempre insatisfeitas, descontentes com o que possuem. Todavia, Cristo, apesar de ter todos os motivos para ser uma pessoa triste, se mostrava feliz e sereno.

Como é possível alguém que sofreu tanto desde a infância mostrar-se tão tranqüilo, capaz de não perder a paciência quando contrariado e de superar as contrariedades da vida com serenidade? Como é possível alguém que foi tão rejeitado e incompreendido fazer crer que não apenas era alegre, mas que também possuía uma fonte de alegria que poderia propiciar ao ser humano prazer e sentido existencial plenos? Cristo era um grande investidor em sabedoria. Seus sofrimentos o tornavam mais tranqüilo ao invés de mais tenso. As dores não o desanimavam nem causavam conflitos psíquicos como normalmente ocorre conosco.

Cristo demonstrava ser um excelente gerente dos seus pensamentos. Pela maneira como se comportava, pode-se concluir que, quando passava por frustrações e contrariedade, não gravitava em torno do estimulo estressante.

Conseqüentemente, seus pensamentos não ficavam hiperacelerados, mas aquietavam-se no palco de sua mente. Isso fazia, com que ele os administrasse facilmente e produzisse respostas calmas e inteligentes em situações tensas.

É difícil construir uma historia de prazer quando nossas vidas transcorrem num deserto. É difícil nos doarmos sem esperar o retorno das pessoas, não sofrermos quando elas não correspondem às nossas expectativas. É igualmente difícil administrar os pensamentos nos focos de tensão. Não conheço um psiquiatra ou psicólogo que tenha capacidade de preservar sua emoção de estresses e investir em sabedoria como Cristo. Ele foi o Mestre dos Mestres numa escola onde muitos intelectuais se comportam como fracos alunos.

“Feliz do homem que encontra a sabedoria...porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, melhor a sua renda do que o ouro mais fino.” Provérbios 3:13-14

Extraído do livro "Mestre dos Mestres" - Augusto Cury

Equipe Teia de Oração
Adriana

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