Saturday, March 3, 2007

Crise existencial


"Senhor, Tu me sondas e me conheces" Salmos. 139:1.


Creio que esteja vivendo uma crise existencial. Não são dúvidas quanto à origem da vida ou ao destino de tudo, porém um questionamento sobre as marcas que minha vida tem deixado nas pessoas ao meu redor. Se o Senhor me chamar agora, qual a falta que farei? Que lembranças todos terão de mim? Que discurso farão no sepultamento? Não tenho medo de morrer ou ser esquecido, mas sim o de passar pelos anos sem causar nenhum impacto na minha geração.

Freqüentemente me vejo sorrindo ante piadas imorais. Acho mais fácil malhar o governo do que orar por ele. Converso mais sobre futebol do que sobre Cristo. Leio mais livros que a Bíblia. Passo muito mais tempo na sala frente a televisão do que na sala do trono diante do Pai. Que relevância uma vida assim pode ter? Acabei de completar 29 anos, sendo que vivi praticamente metade deste tempo já convertido ao Senhor, mas confesso que me sinto com as mãos um tanto vazias. Enquanto escrevo estou sozinho, longe de casa e com saudades de minha família e igreja.

Tudo isso por ter optado por um emprego um pouco melhor, mas será que isto vale mesmo a pena? O que tenho preparado, para quem será? Tiago nos alerta sobre a brevidade da vida dizendo que ela é como um vapor que vemos por um instante, mas em seguida desaparece (Tiago. 4:14) e eu com freqüência me esqueço disso. Embora não me considere velho, as marcas do tempo já estão aparecendo através de uma quantidade cada vez maior de cabelos brancos. Creio ser um aviso do céu: O tempo urge! Temo que eu, e também boa parte da igreja, estejamos tomando cada vez mais os moldes do mundo. Embora tenha sido chamado para ser diferente – luz em meio às trevas – sinto que tenho procurado ser igual ao mundo. Minha maior luta é trabalhar e ganhar dinheiro ao invés de ser servir a Deus. Neste momento me lembro de alguns homens que deixaram tudo para segui-Lo. Pedro e André, Tiago e João ao ouvirem o chamado, imediatamente deixaram seus afazeres. Não é que seus trabalhos não fossem importantes, mas é que viram algo de maior grandiosidade. Que as palavras de Paulo aos Colossenses sejam ouvidas e seguidas: "Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra" (Colossenses. 3:2).

Antes que você crie uma imagem errada de mim, este texto não é uma apologia à vagabundagem e sim à prioridade. Jesus nos ensinou a buscar o Reino de Deus em primeiro lugar e, mesmo conhecendo e usando esta palavra há anos, não é o que tenho feito. Desculpe se esta não é sua situação de vida. Mas ao ver os anos passando sei que cada vez mais perto está o meu encontro com o Senhor. Creio que o céu não será um lugar de acusação, mas todos nós iremos nos apresentar ante ao Tribunal de Cristo (II Corintios. 5:10) e o meu medo é que ao pesar minhas obras, Jesus vire pra mim e diga: "Alex quantos talentos e dons eu te dei, quantas oportunidades de impactar vidas para o Reino e olha o quão pouco você fez!"

Hoje quero dar um grito de independência. Quero ser liberto desta vida conformada aos padrões do mundo (Romanos. 12:2). Preciso tirar os meus olhos do imediatismo da vida e fixá-los na eternidade do céu. Que este seja um tempo de ruptura da minha vida medíocre e morna (Apocalipse. 4:16) para uma vida direcionada por um propósito maior: Cristo.

Espero que um dia lembrem de mim, não como alguém famoso, bonito ou talentoso que passou por aqui, mas como um servo bom e fiel que procurou imitar a Deus como um filho amado (Efesios. 5:1), que sacudiu o inferno e alegrou o céu. Que abalou o mundo por seu amor a Cristo. Que Deus nos abençoe.

Extraido Alex Amorim

Viviane Albernaz
Equipe Teia de Oração

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